Toninha: um pequeno cetáceo ameaçado de extinção

Autores

Isabela Rugitsky Domingues
Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico
Marcos César de Oliveira Santos
Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico
https://orcid.org/0000-0002-6642-2658

Palavras-chave:

Cetáceos - conservação, Mamíferos aquáticos - conservação, Mamíferos marinhos - Espécies, Toninha - Cetáceo - Extinção

Sinopse

Este livro apresenta a toninha, a espécie de golfinho mais ameaçada de extinção do Atlântico Sul. Inclui uma revisão dos conhecimentos sobre a espécie, e uma recomendação de caminhos a seguir que podem retirar a toninha do caminho da extinção. Em síntese, este documento trata de uma revisão bibliográfica atualizada sobre o estado atual de conhecimentos sobre a toninha, um pequeno golfinho sob forte ameaça de extinção, e que ocorre apenas em três países da América do Sul: o Brasil, o Uruguai e a Argentina. A meta dos autores é que este material, produzido em língua portuguesa e de livre acesso, tenha um alcance maior e mais efetivo a membros da sociedade não acadêmica sul-americana, quando comparado à considerável carga de documentos científicos produzidos até aqui, em parte listada ao final deste documento, e que está inacessível a quem não é cientista; ou pelo fato dessa literatura ser quase que exclusivamente escrita em língua inglesa, ou por estar disponível apenas em meios que somente os cientistas foram capacitados e autorizados a procurar e a acessar. Escrito em uma linguagem mais compreensível a não acadêmicos, mas mantendo a estrutura de apresentação corriqueira de trabalhos escritos por cientistas para familiarizar a comunidade não cientista a essa estrutura textual, poderá alcançar uma maior audiência; preferencialmente aqueles atores da sociedade que não podem ser deixados de lado no árduo desafio de lutar pela conservação deste indefeso golfinho.

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Biografia do Autor

Isabela Rugitsky Domingues, Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico

Meu interesse pela natureza veio de berço. Desde pequena lembro de passar meus finais de semana com meus pais (também biólogos e a quem agradeço por todo o apoio) em aquários, zoológicos e jardins botânicos ou em casa assistindo aos mais curiosos documentários e programas sobre a vida animal. Em 2017, quando chegou a hora de escolher o que estudaria pelos próximos anos, optei por seguir essa curiosidade. Durante o curso de Ciências Biológicas essa paixão ficou ainda mais forte, graças a diversos professores que me ensinaram com tanto entusiasmo e às oportunidades que a Universidade de São Paulo me ofereceu. Eu tive certeza de ter realizado a escolha certa. Guiada pelo desejo de criança de ser bióloga marinha, direcionei meus estudos ao mar. Ao longo da graduação cursei variadas disciplinas no Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) e no Instituto Oceanográfico da USP, desde fundamentos básicos (e necessários) de Oceanografia, até o estudo específico de peixes e cetáceos. Com essas disciplinas tive a chance de ver meu primeiro golfinho, um boto-cinza, nas águas de Cananéia no litoral sul de São Paulo e, a partir deste encontro, direcionar meus estudos e pesquisas para conhecer e proteger os cetáceos. Uma matéria que teve papel chave neste percurso foi a do professor Marcos, que nos incentivou a produzir um pequeno livro didático sobre os mamíferos aquáticos, além de desenvolver um produto educativo que, no meu caso, foi um jogo tipo “supertrunfo” inédito, com as principais espécies de misticetos e odontocetos do Brasil e do mundo. Seguindo esse caminho, em 2021 entrei no Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos (LABCMA) e tive a possibilidade de participar do projeto das toninhas, que ampliou muito o meu conhecimento sobre a espécie e as ameaças antrópicas que elas sofrem há décadas. Como fruto deste projeto, o presente livro visa compartilhar ao público e instituições de conservação os resultados desta importante pesquisa, realizada com o apoio e orientação do Prof. Marcos Santos.

Marcos César de Oliveira Santos, Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico

Tive o primeiro contato com uma toninha em 16 junho de 1994, no Centro de Biologia Marinha da USP, o CEBIMar, no litoral norte de São Paulo. Alguém encontrou uma toninha sem vida em uma praia e decidiu levar àquela instituição. Fiz uma das 58 viagens pela costa paulista com ônibus intermunicipal naquele ano para vivenciar aquele primeiro contato. Com o tempo, tive memoráveis experiências envolvendo as toninhas, das quais destaco três. Em 1996, no mesmo CEBIMar, devolvi ao mar uma toninha que havia sido atropelada por uma embarcação e, sem forças, chegou a águas rasas. Uma pessoa a retirou da praia e a levou ao CEBIMar para que uma decisão fosse tomada. A mais sensata, devolvê-la ao seu lar o mais brevemente possível. Entre 2008 e 2009 tive o privilégio de fazer uma descoberta nova à ciência: a descrição de uma população residente de toninhas nas águas estuarinas do complexo estuarino de Paranaguá. Por fim, em um árduo investimento de tempo, energia, e até de recursos do próprio bolso, consegui coordenar um time excepcional de dedicadas pessoas para monitorar as capturas acidentais de toninhas no litoral sul de São Paulo, entre 2004 e 2007, e entre 2011 e 2018. Aquele hercúleo esforço gerou informações inéditas e bastante robustas sobre a dieta, a reprodução, o crescimento e o uso de área daquele estoque populacional de toninhas que vem sendo afetado pela mortalidade gerada pelas interações acidentais com a pesca. Em praticamente 20 anos, entre 2002 e 2022, pude contribuir com a produção de 23 artigos científicos envolvendo toninhas. Todos em língua inglesa. De 2021 prá cá, a meta tem envolvido a popularização da toninha e de outros cetáceos por meio da produção de literatura em língua portuguesa e de livre acesso. À sua frente, um produto específico sobre a toninha que eu tive o privilégio de elaborar com o apoio e a dedicação da graduanda em Ciências Biológicas Isabela Domingues.

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Publicado

agosto 14, 2023
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